O caminho entre Passa Quatro e São lourenço é dividido em quatro trechos, que passam por cidades muito simpáticas.
A primeira parada é a cidade de Itanhandu.
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| Saída de Passa Quatro. |
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| A paisagem tem como chamativo as inúmeras granjas de grande porte. |
Itanhandu é uma cidade com cerca de 15.000 habitantes. O nome vem do tupi, "ema de pedra", através da junção dos termos itá ("pedra") e nhandu ("ema"), referência ao fato de que o Rio Verde forma no local grandes quantidades de "pedras que correm". A vinte quilômetros da cidade encontra-se a nascente do Rio Verde, no alto da Serra da Mantiqueira, com matas virgens, clima puro e belas paisagens, que infelizmente não tivemos tempo de visitar.
Dois fatos históricos ficaram bastante marcados na história de Itanhandu: a Revolução de 1930 e a Revolução de 1932. Ambas foram de curta duração, entretanto mudaram os rumos do país. A primeira deu o poder a Getúlio Vargas, candidato derrotado à presidência, alegando fraudes no processo eleitoral, dominado por velhas oligarquias. De São Paulo eclodiu o movimento de 32, exigindo o fim do governo provisório de Vargas e a convocação de novas eleições. Nos dois acontecimentos, a cidade ficou exposta a conflitos armados entre Minas Gerais e São Paulo, em vista de sua posição estratégica de fronteira. Toda a população era retirada e as luzes apagadas à noite. Dos combates de 1932, participou Juscelino Kubitschek, que declararia, mais tarde, a amigos: "Minha carreira política começou em Itanhandu".
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| Estação de trem de Itanhandu. |
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| Igreja Matriz de Itanhandu. |
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| Carimbo de Itanhandu: o passaporte pode ser carimbado na Secretaria Municipal de Turismo. |
O percurso, de Passa Quatro a Itanhandu, segue paralelamente à rodovia
principal que liga as duas cidades. Em grande parte, acompanha também a
antiga linha de trem.
O próximo trecho liga Itanhandu a Itamonte, uma cidade que também possui cerca de 15.000 habitantes.
Itamonte, assim como Itanhandu, nasceu com a descoberta das minas, que intensificou o êxodo de paulistas para as
regiões do ouro. A entrada pelo rio Capivari tornou-se estrada e em suas margens alguns pousos se transformaram
em povoados e cidades.
A um desses pousos deu-se o nome de Pouso do Pico, localizado na base
da serra, em referência ao rochedo que se destacava no alto do da
montanha e servia
de ponto de orientação aos Bandeirantes do tempo colonial. Com o passar
do tempo e o linguajar do povo transformou a pronúncia de Pico para
Picu. No local, desenvolveu-se agricultura e criação e, mesmo após o
declínio das minas, o caminho não perdeu a sua importância tornando-se
ainda mais utilizado. O Pouso do Picu ganhou aspecto de povoado com a
construção de uma capela com a invocação de São José. Com isso, o nome
passou a ser São José do Picu, até a sua emancipação na década de 1930, quando passou a se chamar Itamonte, que significa
Pedra sobre Monte ou
Montanha de Pedra.
Carimbamos o passaporte em Itamonte em uma fazenda de café, chamada
Café Mãe de Ouro. Demorou um tempo pra encontrarmos porque pensamos que
era um café e não uma fazenda de café... a fazenda fica na estrada
Itamonte Alagoa.
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| Carimbo de Itamonte. |
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| Caminho entre Itanhandu e Itamonte. |
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| Adélia Prado divando na Casa de Cultura de Itamonte. |
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| Igreja Matriz de Itamonte. |
O carimbo em Itanhandu foi difícil de achar.
O trecho seguinte liga Itamonte a Pouso Alto, passando por Santana do Capivari, distrito de Pouso Alto, e pelo município de São Sebastião do Rio Verde, com cerca de 2.000 habitantes.
De Itamonte a Santana do Capivari encontramos a primeira barreira intransponível. Segundo a planilha, no marco 1174 deveríamos atravessar um rio e não há indicação nenhuma na planilha avisando que o trecho não é apropriado para a passagem de carro, como acontecia em outros trechos em que só se podia passar a pé. Tentamos por vários caminhos, pensando que havíamos saído da trilha, mas não havia meio de passar de carro. Por fim desistimos e chegamos a Capivari pelo asfalto, seguindo o caminho recomendado pelo GPS.
Segundo o site do Instituto da ER, os marcos nesse trecho ainda estão sendo instalados. Por isso ainda não temos certeza se o caminho realmente é impossível de ser feito de carro ou se foi a gente que se perdeu da trilha em algum momento.
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| Nesse ponto, já não havia mais trilha. Seguimos com o carro até onde foi possível e em seguida continuamos a pé para tentar achar um lugar por onde fosse possível passar. Não encontramos nada. |
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| Acreditamos que esse seja o rio ao qual a planilha se referia.
Procuramos alguma ponte mas não encontramos. Era impossível cruzar o
rio de carro, pois havia um barranco antes dele (que não aparece na
foto). |
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| Igreja Matriz de Santana do Capivari. |
De Capivari em diante, conseguimos voltar para a Estrada Real e não tivemos mais problemas. O trecho entre Capivari e São Sebastião do Rio Verde é feito em estrada de terra em bom estado de conservação.
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| Igreja Matriz de São Sebastião. |
A Igreja Matriz de São Sebastião do Rio Verde é muito simpática, apesar da cor que escolheram para ela na última restauração (que parece recente), que na minha opnião foi um sacrilégio. Veja bem como era a igreja antes da última reforma.
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Foto da Matriz de São Sebastião, de Vicente A. Queiroz, encontrada no site Panoramio.
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O trecho a partir de São Sebastião é todo feito em asfalto e dentro da cidade.
Pouso Alto é uma cidade de cerca de 6.000 habitantes, cuja origem é um arraial de bandeirantes vindos de Taubaté que exploravam a Serra da Mantiqueira em busca de ouro. Aqui, apenas uma parada rápida para carimbar o passaporte, o que pode ser feito no
hotel Serra Verde.
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| Carimbo de Pouso Alto. |
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Igreja Matriz de Pouso Alto.
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Saindo de Pouso Alto é preciso fazer um desvio até o marco 1141, que não é aconselhável nem para caminhantes, devido ao péssimo estado da ponte. Esse desvio estava devidamente sinalizado na planilha e também no site do Instituto.
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| Igrejinha simpática entre Pouso Alto e São Lourenço. Havia uma senhora igualmente simpática na porta, mas ela se escondeu assim que viu que a gente ia tirar foto. |
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Chegada em São Lourenço, no posto policial mais charmoso que eu já vi.
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Fonte:
- Site do Instituto Estrada Real: www.institutoestradareal.com.br
- Wikipedia: Itanhandu.
- Wikipedia: Itamonte.
- Wikipedia: Pouso Alto.
- Tripadvisor: São Lourenço.
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