segunda-feira, 11 de julho de 2016

Dia 8: Passa Quatro-São Lourenço



O caminho entre Passa Quatro e São lourenço é dividido em quatro trechos, que passam por cidades muito simpáticas. A primeira parada é a cidade de Itanhandu.

Saída de Passa Quatro.
A paisagem tem como chamativo as inúmeras granjas de grande porte.


 Itanhandu é uma cidade com cerca de 15.000 habitantes. O nome vem do tupi, "ema de pedra", através da junção dos termos itá ("pedra") e nhandu ("ema"), referência ao fato de que o Rio Verde forma no local grandes quantidades de "pedras que correm". A vinte quilômetros da cidade encontra-se a nascente do Rio Verde, no alto da Serra da Mantiqueira, com matas virgens, clima puro e belas paisagens, que infelizmente não tivemos tempo de visitar.


Dois fatos históricos ficaram bastante marcados na história de Itanhandu: a Revolução de 1930 e a Revolução de 1932. Ambas foram de curta duração, entretanto mudaram os rumos do país. A primeira deu o poder a Getúlio Vargas, candidato derrotado à presidência, alegando fraudes no processo eleitoral, dominado por velhas oligarquias. De São Paulo eclodiu o movimento de 32, exigindo o fim do governo provisório de Vargas e a convocação de novas eleições. Nos dois acontecimentos, a cidade ficou exposta a conflitos armados entre Minas Gerais e São Paulo, em vista de sua posição estratégica de fronteira. Toda a população era retirada e as luzes apagadas à noite. Dos combates de 1932, participou Juscelino Kubitschek, que declararia, mais tarde, a amigos: "Minha carreira política começou em Itanhandu".

Estação de trem de Itanhandu.

Igreja Matriz de Itanhandu.


Carimbo de Itanhandu: o passaporte pode ser carimbado na Secretaria Municipal de Turismo.

O percurso, de Passa Quatro a Itanhandu, segue paralelamente à rodovia principal que liga as duas cidades. Em grande parte, acompanha também a antiga linha de trem.


Passa Quatro-Itamonte

O próximo trecho liga Itanhandu a Itamonte,  uma cidade que também possui cerca de 15.000 habitantes.

Itamonte, assim como Itanhandu, nasceu com a descoberta das minas, que  intensificou o êxodo de paulistas para as regiões do ouro. A entrada pelo rio Capivari tornou-se estrada e em suas margens alguns pousos se transformaram em povoados e cidades.

A um desses pousos deu-se o nome de Pouso do Pico, localizado na base da serra, em referência ao  rochedo  que se destacava no alto do  da montanha e servia de ponto de orientação aos Bandeirantes do tempo colonial. Com o passar do tempo e o linguajar do povo transformou a pronúncia de Pico para Picu. No local, desenvolveu-se agricultura e criação e, mesmo após o declínio das minas, o caminho não perdeu a sua importância tornando-se ainda mais utilizado. O Pouso do Picu ganhou aspecto de povoado com a construção de uma capela com a invocação de São José. Com isso, o nome passou a ser São José do Picu, até a sua emancipação na década de 1930, quando passou a se chamar Itamonte, que significa Pedra sobre Monte ou Montanha de Pedra.

Carimbamos o passaporte em Itamonte em uma fazenda de café, chamada Café Mãe de Ouro. Demorou um tempo pra encontrarmos porque pensamos que era um café e não uma fazenda de café... a fazenda fica na estrada Itamonte Alagoa.


Carimbo de Itamonte.



Caminho entre Itanhandu e Itamonte.

Adélia Prado divando na Casa de Cultura de Itamonte.

Igreja Matriz de Itamonte.



Itanhandu-Itamonte

O carimbo em Itanhandu foi difícil de achar.


O trecho seguinte liga Itamonte a Pouso Alto, passando por Santana do Capivari, distrito de Pouso Alto, e pelo município de São Sebastião do Rio Verde, com cerca de 2.000 habitantes.


De Itamonte a Santana do Capivari encontramos a primeira barreira intransponível. Segundo a planilha, no marco 1174 deveríamos atravessar um rio e não há indicação nenhuma na planilha avisando que o trecho não é apropriado para a passagem de carro, como acontecia em outros trechos em que só se podia passar a pé. Tentamos por vários caminhos, pensando que havíamos saído da trilha, mas não havia meio de passar de carro. Por fim desistimos e chegamos a Capivari pelo asfalto, seguindo o caminho recomendado pelo GPS.




Segundo o site do Instituto da ER, os marcos nesse trecho ainda estão sendo instalados. Por isso ainda não temos certeza se o caminho realmente é impossível de ser feito de carro ou se foi a gente que se perdeu da trilha em algum momento.

Nesse ponto, já não havia mais trilha. Seguimos com o carro até onde foi possível e em seguida continuamos a pé para tentar achar um lugar por onde fosse possível passar. Não encontramos nada.



Acreditamos que esse seja o rio ao qual a planilha se referia. Procuramos alguma ponte  mas não encontramos. Era impossível cruzar o rio de carro, pois havia um barranco antes dele (que não aparece na foto).


Igreja Matriz de Santana do Capivari.
Itamonte-Capivari

De Capivari em diante, conseguimos voltar para a Estrada Real e não tivemos mais problemas. O trecho entre Capivari e São Sebastião do Rio Verde é feito em estrada de terra em bom estado de conservação.

Igreja Matriz de São Sebastião.
 A Igreja Matriz de São Sebastião do Rio Verde é muito simpática, apesar da cor que escolheram para ela na última restauração (que parece recente), que na minha opnião foi um sacrilégio. Veja bem como era a igreja antes da última reforma.

Foto da Matriz de São Sebastião, de Vicente A. Queiroz, encontrada no site Panoramio.

O trecho a partir de São Sebastião é todo feito em asfalto e dentro da cidade.  Pouso Alto é uma cidade de cerca de 6.000 habitantes, cuja origem é  um arraial de bandeirantes vindos de Taubaté que exploravam a Serra da Mantiqueira em busca de ouro.  Aqui, apenas uma parada rápida para carimbar o passaporte, o que pode ser feito no hotel Serra Verde.

Carimbo de Pouso Alto.


Igreja Matriz de Pouso Alto.
 
Saindo de Pouso Alto é preciso fazer um desvio até o marco 1141, que não é aconselhável nem para caminhantes, devido ao péssimo estado da ponte. Esse desvio estava devidamente sinalizado na planilha e também no site do Instituto.

Capivair-Pouso Alto-São Sebastião-São Lourenço

Igrejinha simpática entre Pouso Alto e São Lourenço. Havia uma senhora igualmente simpática na porta, mas ela se escondeu assim que viu que a gente ia tirar foto.


Chegada em São Lourenço, no posto policial mais charmoso que eu já vi.


Fonte:

  • Site do Instituto Estrada Real: www.institutoestradareal.com.br
  • Wikipedia: Itanhandu.
  • Wikipedia: Itamonte.
  • Wikipedia: Pouso Alto.
  •  Tripadvisor: São Lourenço.

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