sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Dia 2: Prados - Lagoa Dourada

O próximo trecho vai de Prados a Lagoa Dourada. O percurso começa no Parque de Exposições de Prados e segue ruma à Lagoa Dourada, trajeto com belas paisagens de serra e fazendas.



Igreja de Nossa Senhora das Graças, entre Prados e Lagoa Dourada.




A partir do Km 13, a Estrada Real passa a ser uma trilha que impossibilita a passagem de carro. A partir deste trecho quem estiver de carro deve seguir por 1 Km pela estradade terra e depois virar à direita na BR-383 e seguir por cerca de 6 Km até Lagoa Dourada. O trecho termina na Igreja do Rosário, em Lagoa Dourada.


Igreja do Rosário em Lagoa Dourada.

Lagoa Dourada é uma cidade com cerca de 12 mil habitantes, localizada na região de Campos das Vertentes. Seu povoamento começou por volta de 1625, quando uma bandeira  descobriu ouro nas águas de uma pequena lagoa. Ao encontrarem ouro de aluvião na lagoa, os primeiros mineradores a chamaram de "Alagoa Dourada". Após o esgotamento do ouro, o arraial passou a se dedicar à agricultura e à produção do leite. Em 1892, o distrito passou a pertencer a Prados, e foi emancipado em 1911. 

A cidade ficou nacionalmente conhecida pelo seu rocambole, um tipo de pão de ló recheado com doce. Vale a pena experimentar!

Rocambole de Lagoa Dourada (foto Acervo Setur-MG / Fernando Piancasteli).
 

Além dos casarões e igrejas preservados desde o período colonial, duas descobertas recentes  têm chamando atenção: O Fortim do Córrego da Figueira, um conjunto de ruínas ligado à Guerra dos Emboabas e o Mestre de Lagoa Dourada, um artista desconhecido, antecessor de Aleijadinho, que deixou um grande números de imagens com características únicas.

Igreja Matriz de Santo Antônio, em Lagoa Dourada.
Fontes:

Caminho Velho - Parte II - Dia 2 - Tiradentes a Prados

Nosso domingo começa cedo e o primeiro trecho nos leva de Tiradentes a Prados. O percurso começa no caminho que nos leva a Bichinhos, com uma linda vista da Serra de São José à esquerda.

Início do trecho que vai de Tiradentes a Prados. À esquerda a Serra de São José.

No marco 919, cerca de 5 Km após o início do percurso, encontra-se a entrada para a Trilha Parque Passos dos Fundadores. De lá se tem uma vista linda da Serra de São José.

Vista da Serra de São José a partir da Trilha Parque Passos dos Fundadores.

Em seguida, próximo ao  Km 6, está o Museu do Automóvel da Estrada Real, com mais de 50 modelos de carros antigos. O museu é fruto do trabalho do colecionador Rodrigo Cerqueira Moura, que desde 1976 adquire e restaura carros antigos na oficina de seu sítio, perto do Bichinho. Acabamos de descobrir através do site do museu que eles fazem um passeio noturno pelas ruas de Tiradentes em uma Jardineira. Deve ser muito legal, mas quando estivemos lá não sabíamos desse passeio. Eles também alugam os carros para eventos.

Museu do Automóvel da Estrada Real.


Visita ao Museu do Automóvel em 2014.


Em mais um quilômetro chegamos a Bichinho, passando pela Igreja Nossa Senhora da Penha e em seguida pelo Atelier da Cerveja, bar com várias cervejas especiais e que produz a cerveja Carma.

Chegada a Bichinho.
Igreja Nossa Senhora da Penha, em Bichinho.



Atelier da Cerveja, 2014.


O trecho termina em frente à Prefeitura de Prados.

Final do primeiro trecho, em frente à Prefeitura de Prados.
A origem de Prados, assim como de São João del-Rei e Tiradentes se deve à descoberta e exploração do ouro na região. O primeiro povoado que daria origem à cidade  surgiu  por volta de 1704, quando dois irmãos bandeirantes, Manoel e Félix Mendes do Prado chegaram com uma comitiva vinda de Taubaté. A notícia do ouro atraiu muitos paulistas para a  região. A passagem de tropas e boiadas que se dirigiam do centro de Minas para a Zona da Mata também contribuiu para o desenvolvimento do povoado.  Prados pertenceu à vila São José Del Rei, atual Tiradentes, até 1890, quando foi emancipada.
O centro histórico ainda mantém igrejas e casarões antigos bem conservados.

 Prados é conhecida como a "Cidade da Música". Em julho é realizado  um festival de música erudita e a Lira Ceciliana, fundada em 1858, recebe estudantes de música de todo o Brasil. Outro forte atrativo é o artesanato.


Outro fato importante a cerca de  Prados é que ali viveu a mulher considerada como a mais atuante no movimento da Inconfidência Mineira - a rica pradense Hipólita Jacinta Teixeira de Melo, mulher do inconfidente Francisco Antônio de Oliveira Lopes. O casarão que lhe serviu de residência após o degredo do marido é hoje um atelier de artesanato que fica em frente à Igreja Matriz.


Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Prados.


quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Caminho Velho Parte II: Tiradentes

Quase um ano depois, em julho de 2016, conseguimos voltar a Tiradentes com o plano de finalizar o Caminho Velho. Faltava todo o trecho Tiradentes-Ouro Preto e não conseguimos terminar em um dia, como havíamos planejado.

Nossa viagem começa com um dia muito agradável em Tiradentes.

Deboas em Tiradentes.

Tiradentes, então chamada de vila de São José del-Rei, foi criada com o desmembramento da vila de São João del-Rei em 1718. Quando foi proclamada a República, o governo republicano, buscando  um herói que representasse seus ideais, alterou o nome da cidade em homenagem ao  alferes Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes.

A cidade tornou-se um dos centros históricos da arte barroca mais bem preservados do Brasil, e portanto uma das principais cidades  turísticas do país. Na metade do século XX, foi proclamada patrimônio histórico nacional tendo suas casas, lampiões, igrejas e monumentos  recuperadas. Quem já visitou sabe muito bem que a fama tem uma boa razão. Um dos grandes templos do deboísmo onde se pode apreciar boa comida, boa cerveja, boa música, tudo em meio ao ambiente único das cidades históricas de Minas.

Vista de Tiradentes a partir da Igreja São Francisco de Paula
 









Depois de uma manhã passeando pelo centro histórico, almoçamos no restaurante Aldeia Bar Tiradentes, que agora se encontra fechado... :(
Comemos um prato delicioso com polenta frita e experimentamos várias das cervejas artesanais disponíveis no cardápio. O ambiente assim como a comida estavam um espetáculo. Eles prometeram voltar em breve. Estamos na torcida!

Depois do almoço fomos até o distrito de Vitoriano Veloso, pertence a cidade de Prados,  que é conhecido também pelo nome de “Bichinho”. É um povoado que se formou com a descoberta de ouro no início do século XVIII e quem passa pela região não pode perder. 


Igreja Nossa Senhora da Penha, em Bichinho.
Recomendamos em especial o bar de cervejas artesanais, que produz a própria cerveja, chamada Carma (expressão mineira para evitar o pânico).






Na volta para Tiradentes, entramos na trilha para o Parque Passos dos Fundadores, a partir da qual se tem uma belíssima vista da Serra de São José.


Vista da Serra de São José.





De volta à tiradentes, fomos até a estação para ver o trem que chega de São João del-Rei no final da tarde.







Para finalizar, uma noite especial com Heraldo Amaral e Renato Saldanha e participação especial da querida amiga Luíza Lara, no bar Conto de Reis. Mesmo que você não dê a sorte de ter um show especial como esse quando estiver por lá, o Conto de Reis por si só já vale a visita. Ambiente agradável, cervejas especiais e ótima comida!

 Enrolamos muito pra escrever, mas continuamos #deboaspelaestradareal

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Último dia: Carrancas-Tiradentes

O trecho de Carrancas a Tiradentes é um dos trechos mais bonitos. Foi também um dos mais difíceis, principalmente por causa do trecho entre São Sebastião da Vitória e São João Del Rey, que não é recomendado para carro. A que a gente não sabia e quando descobriu era tarde demais...


O primeiro trecho é de Carrancas a Capela do Saco, distrito de Carrancas.  Atrás de nós estava a serra de Carrancas e à frente uma vista maravilhosa da represa de Camargos. O tempo estava bem fechado e a chuva caiu quando chegamos a Capela do Saco.

Vista da represa de Camargos.





Capela de Nossa Senhora da Conceição do Porto do Saco foi construída provavelmente no início do século XVIII.



Carrancas-Tiradentes-SSB

De Capela do Saco a Caquende, é necessário atravessar a represa de Camargos, que inundou parte da Estrada real. A travessia é feita de balsa e custa 10 reais para carros. O ideal é  ligar antes pois a balsa pode estar inoperante. Se esse for o caso, deve-se voltar a Carrancas para chegar a Caquende pelo asfalto.
 


Balsa na travessia para Caquende.

Ficamos com um pouco de receio de atravessar de balsa, mas não havia motivo. A travessia é super deboas.


A Usina Hidrelétrica de Camargos foi construída próximo ao município de Itutinga, e entrou em operação em 1960. Está localizada no curso superior do Rio Grande, entre os municípios de Madre Deus de Minas e Itutinga, em Minas Gerais.

Seu reservatório inunda uma área máxima de 50,46  km², nos municípios de Carrancas (40,26% do lago), Itutinga (9,45%), Madre Deus de Minas (17,87%), Nazareno (6,50%) e São João Del Rei (25,91%).

Do outro lado da represa fica o povoado de Caquende. "Cá-aquem-de", origem do nome Caquende, arraial situado no Distrito de São Sebastião da Vitória: cá-aquém-de Capela do Porto do Saco. Caquende localiza-se à margem direita do Rio Grande a, aproximadamente, 45 km de São João del Rei.


Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Caquende.


O próximo trecho liga Caquende a São Sebastião da Vitória, distrito de São João Del Rey.

São Sebastião da Vitória é de um dos cinco distritos de São João del-Rei. A origem da devoção e do nome São Sebastião aconteceu a partir da construção da primeira capela, inaugurada em 1884. O local, segundo a tradição oral, já tinha o nome de Vitória por causa das comemorações da vitória na Guerra dos Emboabas. Posteriormente  foi acrescentado o nome de São Sebastião.

Igreja Matriz de São Sebastião da Vitória.
Carrancas-Tiradentes-SSB2

O trecho entre São Sebastião da Vitória e São João Del Rey foi bem difícil. Tivemos que atravessar várias porteiras, um rio e uma trilha difícilima (pra nós que não estamos acostumados). Sem chance de fazer esse trecho sem 4x4.
Esse detalhe não estava escrito na planilha, mas em um mapa mais recente consta a informação de que esse trecho não é recomendado para carro!!! Não havia nenhum aviso na planilha sobre a dificuldade desse trecho. Mesmo com o carro apropriado, o melhor é não passar por aqui, principlamente para quem não vai em grupo grande, como nós.

Passar de carro dentro do rio. Quem nunca?

Nota mental: da próxima vez, fechar a porteira só DEPOIS de passar.




Carrancas-Tiradentes-SSB3


Os últimos 10,5 km deste trecho não são adequados para a passagem de carro. Para quem estiver motorizado, portanto, a dica é passar pelo povoado do Rio das Mortes.

Igreja de Santo Antônio do Rio das Mortes.
 




Depois de Rio das Mortes seguimos por asfalto até São João Del Rey. Como já havíamos conhecido São Joao Del Rey em uma viagem anterior (fotos abaixo), passamos rápido apenas para carimbar o passaporte. Falaremos mais sobre a cidade em outra oportunidade.


São João


Carimbo de São João Del-Rei, que pose ser retirado na secretaria de turismo.


O próximo trecho é entre São João Del Rey e Tiradentes. Esse é o trecho mais bem conservado de todo o percurso que fizemos. O trecho é feito todo em calçamento e asfalto.


Ipês amarelos na saída de São João Del Rey.
Santa Cruz de Minas.
No caminho passamos por Santa Cruz de Minas e pelo Marco Zero do Projeto Estrada Real.

Marco Zero do Projeto Estrada Real.




Tiradentes é um lugar especial e merece um post exclusivo! Dessa vez não ficamos muito porque já conhecíamos e precisávamos voltar pra casa logo.
Camrimbamos o passaporte, almoçamos no restaurante Luth. Adoramos a comida, o ambiente e a carta de cervejas.









Imagens do restaurante Luth. Recomendamos!

Carimbo de Tiradentes, que pode ser retirado noCentro Cultural Yves Alves, que fica na rua Direita. Lá também é possível retirar o passaporte.


Aqui terminam dez dias sensacionais pela Estrada Real! Ficaram faltando ainda alguns quilômetros e três carimbos do Caminho Velho... Terminamos a viagem já pensando na próxima! ;)